segunda-feira, 30 de maio de 2011

Historinha para a Beta!

Oi gente!
Estou de volta após uma semana de febres e gripes! Eu, marido e filha...todo mundo ficou doente aqui em casa. Mas o importante é que agora estamos todos curados!
E não só estou curada como estou ativa, super ativa! Até de computador novo estou...agora usando uma singela máquina que tem uma maçãzinha na frente! Ai, que delícia! Isso é que é máquina, não é aquilo que eu tinha.
Bom, mas voltando ao que interessa...essa semana esse blog vai ter novidades! E a novidade de hoje é uma nova historinha criada pela Dadá do blog "Uma Historinha por Dia", que mais uma vez eu tive o enorme prazer de ilustrar com meus bonequinhos de palito.
A historinha de hoje é sobre uma pessoa super pra cima, cheia de sonhos...a fotógrafa Beta Bernardo. Essa moça cheia de idéias ganhou de presente uma historinha linda e eu fiquei com o papel de fazer os desenhos. Maior responsabilidade! Mas acho que ela curtiu!
Vou aproveitar e postar a historinha da Beta aqui também e, lógico, vou colocar as ilustrações que eu fiz!
Mas pra começar, que tal ver se a Beta ficou parecida...olha só!



Com direito a câmera pendurada e tudo!
Então é isso aí! Curtam a historinha que a Dadá criou para a Beta e que eu tive o enorme prazer em dar cores!
Ah, mais uma coisa...entrem nos blogs:
www.umahistorinhapordia.blogspot.com e www.betabernardo.com
Beijos...






Beta era uma menina comum e diferente ao mesmo tempo. Comum porque gostava de tudo o que as outras meninas gostam, desde pular elástico até pintar as unhas. E diferente, porque tinha uma visão muito única das coisas. Tudo o que Beta via, via com poesia. Via em cores, em jogos de luzes. Criava, mentalmente, imagens de tudo o que via. E como eram lindas estas imagens! 






Assim, quando a escola de Beta anunciou que, a partir daquela data eles teriam aulas de artes, todos pensaram que a menina ficaria encantada com a ideia. Ficou encantada com a ideia, mas na prática, a coisa não funcionou.
A aula de artes da escola de Beta tinha o nome errado. Devia se chamar aula de artesanato. A professora de artes achava que seus alunos não queriam aprender sobre pintores, escultores, fotógrafos. Sobre artistas, enfim. Ela achava que a arte deveria ser vivenciada na prática. Claro que esta também era uma boa coisa e todo mundo topou. E foi assim que a aula de artes virou aula de artesanato, com a professora indicando cortes e colagens dos mais diveros tipos.
Beta adorava, como era esperado. Só que ela e a professora não conseguiam chegar a um consenso. Era assim: a professora ensivana a turma a fazer um origami legal, um tsuru. 






E pedia que todos fizessem uns quatro ou cinco tsurus diferentes, para fazer um enfeite de porta. Beta não fazia quatro ou cinco. Ela fazia um. O mais bonito da turma. Mas só um. E a professora cobrava os outros: - Beta, só um? Eu pedi pelo menos quatro para o enfeite!





 Mas o meu não quer ficar preso na porta! Eu estava aqui olhando para ele e, deste ângulo, nesta luz, eu pude sentir isto.

- Sentir o quê, Beta?
- Que ele quer sair voando alto, até chegar a um campo de girassóis. Muito melhor que ficar preso na porta, professora!



A professora ria e concordava. Via uma alma de artista em sua frente e sabia que não poderia cortar as suas asas. Também a menina ainda tinha voos altos para dar. Mas não poderia, do mesmo modo, ser injusta com os demais alunos, que tinham feito a tarefa como ordenado. Por isso, Beta sempre ficava na média. Só na média, apesar de ser uma aluna nota dez.
Um dia, a professora chegou com um papel muito bonito. De um lado, não tinha nada demais, era branco, liso. Do outro, no entanto, tinha uns losangos coloridos que pareciam milhares de pequeninas pipas, umas ao lado das outras. A professora, então, disse aos alunos que era para que fisessem um cartão muito bonito, que seria um presente para eles mesmos no dia das crianças. E completou: 'trouxe vários pequenos ramalhetes de flores. Depois cada um pega um para colocar junto com o cartão'.



As crianças adoraram a ideia. Começaram a recortar corações, desenhar dentro dos cartões, faziam cada coisa linda! Só Beta não fazia nada. Ela olhava para a folha, virava o lado branco, virava o lado estampado. Suspirava. Virava o lado branco, virava o lado estampado. Suspirava. A professora percebeu.
- O que houve, Beta? - indagou a professora.
- Não quero fazer cartão – respondeu a menina.
- Por que? Você acha que não merece? - espantou-se a professora.
- Acho que um cartão é pouco e eu mereço mais! - concluiu a menina.




- Está bem, Beta. Então faça o que o seu coração mandar. - riu a professora.
Os olhos da menina encheram-se de alegria! Ela poderia criar o que bem quisesse. E foi rápida, já que era muito criativa. Num piscar de olhos, cortou, dobrou, transformou o papel em um lindo catavento. Foi até a professora, pegou um ramalhete de flores e um copo; ajeitou as flores dentro do copo e tacou o catavento em cima.





Ao ver o resultado do trabalho de Beta, a professora surpreendeu-se com a originalidade e beleza da coisa. Era uma contradição: tão simples e tão elaborado, simplesmente perfeito. A professora não conteve a curiosidade e disse:
- Eu amei o que você fez, Beta. Mas por que um catavento ao invés de um cartão?
- Porque eu precisava mais do catavento – repondeu a menina.
- Para quê? - a professora aplaudia a genialidade da aluna.
- Porque o catavento diz para onde sopra o vento, e me ajuda a saber para onde devo voar...
Beta cresceu e continua voando, cada vez mais alto. 



Agora, ela não se contenta mais em criar imagens em sua cabeça. Ela cria imagens de verdade. 
Usa toda sua sensibilidade para enxergar as coisas pelo ângulo certo, na luz certa, da forma ideal - com aquela visão encatadora e colorida que as crianças tem e que ela sempre fez questão de manter!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mais canecas!

Dia dos namorados chegando...a gente sempre fica com aquela vontade de acertar no presente. Não tem nada mais desagradável do que dar um presente pro namorado, noivo ou marido que eles não curtam, não é verdade? E olha que eu acho que dar presente pra homem é super difícil...quase uma arte!
Mas às vezes, na dúvida, é melhor dar um presente criativo do que algo muito caro ou aquele presente de sempre...camisa, carteira, DVD...ai, falta de imaginação total!
Por isso, esse ano, o presente chegou mais cedo...algo útil, diferente e que ainda enfeita o ambiente! Caneca!! E o que essa caneca tem de especial? Os bonequinhos de palito, claro!
Não só o marido, mas toda a família representada na caneca!
E dessa vez a caneca é de louça, já que quem vai usar não corre o risco de quebrar! Tudo bem, até corre o risco, já que adulto também quebra as coisas. Mas corre menos risco do que uma criança de dois anos!
Então, caneca nova com a família de bonequinhos de palito. Que tal a idéia?
Acho que o café da manhã vai ser mais colorido a partir de agora, né?
Primeiro, olha como ficou a arte da caneca...





E depois de aplicada na caneca...deu uma vida, né?
Eu adorei!


Pena que a foto não ficou tão legal, porque eu que tirei...aí já viu...esse negócio de achar que a gente sabe tirar foto só porque tem uma câmera digital é a maior roubada. Mas como eu estava louca pra postar essa caneca, vai assim mesmo! Nas próximas eu vou tentar ser mais cuidadosa e pedir pra quem entende de fotos.
Olha a caneca de frente...


Fofinha e diferente! Vai dizer que não é bacana tomar um café da manhã com uma caneca dessa?
Beijos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bonequinhos de Palito ilustrando Historinhas...

Hoje vou postar pela primeira vez algo que não escrevi.
Na verdade, pela primeira vez vou postar algo realmente bem escrito, já que meu forte realmente não é juntar as palavras pra formar um texto.
Pra quem ainda não conhece, o blog Uma Historinha Por Dia, voltado para o público infantil (que como o próprio nome já diz, nos dá de presente todo dia uma nova história para ser contada para nossos filhos) está hoje com ilustrações de Bonequinhos de Palito.
Pois é,  a historinha de hoje, além de ser uma delícia, apresenta oito imagens diferentes que ilustram as dúvidas de Jujuba, uma menina de cabelo de mola que tem medo de virar princesa. Não é fofo? É mais fofo ainda quando você descobrir que a Jujuba existe de verdade e representá-la em palitinho foi tudo de bom!
Vou terminando por aqui, já que o texto a seguir é muito mais interessante do que essa minha explicação toda...
Ah, só mais uma coisa, olha Jujuba de verdade e seu bonequinho. Que tal?





Beijos e boa história!



A menina do cabelo de mola vira princesa!

Naquela escola não se brincava de princesa. Isto desde que Jujuba disse que princesa tinha que manter a pose, ficar sentadinha quietinha acenando para todos – tal qual ela viu uma princesa de verdade fazer na televisão. E quem queria ficar sentadinha quietinha acenando para todos? Ninguém! As meninas tinham decidido que era melhor ser gente de verdade, para poder brincar de verdade. Então, elas prendiam os cabelos em rabos de cavalo e passavam o recreio brincando de pique-pega com os meninos, ou pulando amarelinha, ou brincando de elástico. Estavam sempre sujas e felizes. E é por isso que não brincavam de princesas.


Acontece que nem sempre o que as crianças pensam é igual ao que pensam os adultos. As meninas estavam todas muito satisfeitas com sua decisão de não serem princesas, mas a professora delas e a diretora da escola não sabiam disto. E, por isto, quando chegou a primavera, anunciou-se que a escola teria seu primeiro Baile das Flores, e que uma das meninas seria coroada Princesa da Primavera.

Claro que a professora e a diretora estavam fazendo isso para agradar as meninas. Elas estavam certas que o baile seria um sucesso e que todas as meninas iriam querer ser a Princesa da Primavera. Elas jamais poderiam imaginar a confusão que estavam causando.
O Baile Real, na verdade, não seria um baile. Seria uma festinha, no pátio da escola mesmo, numa tarde de sábado. Teriam um palco, onde uma banda de música ficaria tocando durante a festa e onde seria feita a coroação da Princesa da Primavera. Além disto, colocariam uns pufes espalhados ao redor do pátio e , na parede oposta ao palco, uma mesa grande com umas comidinhas boas. E, claro, flores espelhadas por toda parte! Ia ser tudo muito bonito.
Para escolherem a Princesa da Primavera, lançaram um concurso: 'quem é a menina mais legal da escola?' A menina que ganhasse mais votos, seria coroada princesa, ganharia uma tiara enfeitada, um manto cor-de-rosa com flores em lilás e uma faixa dizendo 'Princesa da Primavera'. A professora e a diretora tinham certeza que todas as meninas sonhavam com isso, que todas iriam querer ser a princesa da escola. Mas estavam enganadas.
Assim que foi anunciado o concurso, todas as meninas entraram em pânico! Nenhuma queria ser escolhida a Princesa da Primavera. Todas pensavam exatamente a mesma coisa: aquela que for escolhida não vai mais poder brincar de verdade na hora do recreio. Teriam que fazer alguma coisa, urgente, para impedir este concurso.


Tônia tinha se tornado, de uns tempos para cá, a melhor amiga de Jujuba. Todo mundo gostava demais da Jujuba, que era um docinho de côco de tão doce! E, como Tônia era a melhor amiga dela, elas se tornaram as meninas mais populares do colégio. As duas sugeriam uma brincadeira na hora do recreio e todo mundo topava! E as duas eram bacanas mesmo: nunca decidiam uma brincadeira sem antes perguntar para turma o que eles achavam. Por isso até que todo mundo gostava delas. Agora, na hora do concurso, não teria escapatória. Decidir quem era a menina mais legal do colégio era fácil de dizer: seria uma disputa entre Jujuba e Tônia.
Foi a Tônia quem se deu conta disso. Não sozinha. Ela tava comprando chocolate na cantina quando o Cadu chegou e disse: ' Tônia, nós vamos dividir os votos. Eu, o Pereba, o Magrão e o Juninho vamos votar em você. O Luizão, o Marquinhos, o Mauricio e o Léo vão votar na Jujuba.' A menina, que tinha abocanhado um pedação do chocolate, se engasgou toda em desespero. Saiu correndo atrás de sua amiga, que estava do outro lado do pátio aprendendo como fazer pipas com o Zeca.


- Jujuba, preciso falar com você agora, urgente!
- Calma, Tônia – respondeu Jujuba – o que aconteceu?
- Jujuba, nós estamos fritas!
- Fritas? Por que? Nós não fizemos nada de errado!
- O Cadu me disse que os meninos vão dividir os votos. Vão votar em nós duas para Princesa da Primavera! E se os meninos vão fazer isso, acaba que a escola toda vai copiar a ideia. Isto quer dizer que uma de nós vai ser a princesa da escola. Ou, pior: que nós duas vamos ser as princesas! Nunca mais vamos poder brincar de pique na vida!
- O quê? Mas você tem certeza disso?
- Certeza absoluta! Estamos fritas!
- Estamos fritas! - respondeu Jujuba, de imediato.
As duas continuaram sentadas na lateral do pátio, em silêncio, por alguns intantes. De repente, Jujuba deu um salto e exclamou:
- Tônia, quem tá frita é você!
- Como eu, Jujuba? Você não me ouviu dizer que os meninos vão dividir os votos? Vai ser tudo meio a meio, vamos ser princesas juntas!
- Eu, não! Eu tenho o cabelo de mola! Princesas não tem cabelo de mola, não é?
- E eu? E agora?
- Agora precisamos dar um jeito de te tirar desta enrascada! - respondeu Jujuba, convicta de que sua amiga seria coroada princesa da escola.
Naquele mesmo dia começou uma estranha movimentação no colégio. Jujuba foi falar com o Cadu, que falou com o Léo, que passou a mensagem pro Magrão, que contou pro Mauricio, que espalhou a mensagem para todo mundo. O recado era curto e grosso: 'não votem em nenhuma menina para Princesa da Primavera.' Os meninos, claro, não discutiram a ordem diante do argumento dado: a menina que fosse coroada princesa não poderia mais brincar com eles. E eles não queria deixar de brincar com ninguém, por isso não tiveram o menor problema em obedecer as instruções. Quanto às meninas... nem precisa dizer que se uniram, estavam todas morrendo de medo de perder o direito de brincar de pique. Até a Gabi, que tinha mó pinta de princesa por natureza (era a cara Branca de Neve) só dizia 'Deus-me-livre-ser-princesa-eu-adoro-amarelinha!' o dia todo.


O dia do baile foi chegando. As urnas para saber quem seria a princesa da escola seriam abertas no dia do baile, diante de todos. Mas a professora estava de olho nos alunos. E sentia um clima esquisito. Resolveu então, sem que ninguém soubesse, dar uma espiadinha na urna que tinha ficado em sua sala de aula. Abriu o cantinho com cuidado, para que ninguém soubesse que ela tinha espiado, e... nada! Nem mesmo um único voto para contar a estória! Saiu feito um foguete para a sala da diretora.
Míriam, a diretora, era de uma calma inabalável. Estava no meio dos seus afazeres quando a professora Nancy entrou feito uma doida, descabelada e ofegante, em seu gabinete, gritando:
- Diretora, diretora! Uma catástrofe! Uma catástofe sem igual!
- Acalme-se Nancy, respondeu Míriam. Do que você está falando?
- Eu abri a urna da minha sala e...
- Você o quê? As urnas são lacradas, tem que ser abertas na presença de todos!


- Me escuta, Míriam! Tem alguma coisa errada! As crianças não estão votando!
- Como não estão votando?
- Nao estão votando! As meninas não querem ser princesas!
- Não querem ser princesas? Que absurdo é este agora?
- É isto mesmo que você ouviu! As meninas não querem ser princesas, não deixam que os meninos votem nelas e se uniram para que nenhuma receba voto algum.
- Mas isto não tem o menor cabimento! Todas as meninas querem ser princesas! Todas as meninas são naturalmente princesas, ora bolas!
- Pois é, mas as daqui não querem ser.
- Mas se até outro dia viviam brincando de princesas que eu lembro...
- Isto foi há meses, Míriam. Agora só querem saber de pique, amarelinha e elástico. E não querem ser princesas, de jeito nenhum!
- Ora veja se pode! Nancy, convoque uma reunião com a turma toda. Eu quero falar com eles.
Na hora da saída, as crianças não foram liberadas. A professora visou que deveriam ficar um pouco mais na escola. Ninguém entendeu nada. Passados uns minutos, foram avisados que poderiam ir para o pátio. À frente deles, a diretora Míriam, com seu ar sereno de sempre, tinha uma expressão confusa.
As crianças sentaram-se enfileiradas no chão do pátio. Trouxeram uma cadeira para a diretora Míriam, que começou a falar.
- Crianças, pela primeira vez aqui na escola teremos um baile. O Baile Real. Vocês sabem o quanto eu estou feliz com isso? Vai ser uma festa linda, vamos ter música, flores, só coisa bonita. E esta festa é para vocês! Ou vocês não sabem disto?
- Sabemos, diretora Míriam! - responderam as crianças em coro.
- Então. Pois é uma festa para comemorar a estação das flores. E para receber as flores, vamos coroar uma princesa. Esta princesa vai ser eleita por vocês. Tem que ser uma meina muito legal, daquelas que todo mundo gosta. Eu tenho certeza que todos aqui estão em dúvidas, não é? Vocês acham todas as meninas legais, e são mesmo. Mas deve ter alguma que vocês achem que é mais legal ainda. Uma que é amiga, generosa, gentil... E é nesta que vocês devem votar. Agora que vocês já entenderam as regras, vocês podem votar em quem quiserem, está bem?
- Não, diretora Míriam.
- Quem falou isso? - perguntou a diretora.
E então aquele pingo de gente, aquele docinho de menina, levantou-se de onde estava sentada e respondeu, suave e firme ao mesmo tempo:
- Eu, diretora Míriam.
- Jujuba? Você não quer votar?
- Não, diretora. Nem eu, nem ninguém vai votar. A Tônia não quer ser princesa!


Nisto a Tônia levantou-se e falou alto 'eu não quero ser princesa', enquanto a Gabi começou a murmurar 'Deus-me-livre-a-Tônia-ser-princesa-e-nunca-mais-pular-amarelinha', o Cadu começou a gritar 'abaixo a realeza!' e ficou todo mundo falando junto e foi uma confusão danada. A diretora Míriam, sempre tão calma, levantou-se da cadeira e deu um grito: 'SILÊNCIO!' E foi tão tão alto e tão tão inesperado porque ela não gritava nunca que fez efeito imediato: as crianças sentaram-se, mudas, num zás-trás.
- Eu quero entender o que está acontecendo. Quero todo mundo quietinho. Só fala quem eu chamar. Muito bem. A Tônia não quer ser princesa. Vocês já fizeram a votação entre vocês, por acaso? Juuba, você parece estar por dentro desta estória. Quer fazer o favor de me explicar o que está acontecendo?
- Diretora Míriam, com sua licença. Nós gostamos muito da estória do baile. Só não gostamos de ter que ter uma princesa, ainda mais a Tônia.
- Ok. Eu quero entender o porquê de vocês não quererem ter uma princesa, primeiro. E depois quero que me expliquem porque acham que a Tônia seria a princesa da escola.
- Bom, nós não queremos ter princesa porque a princesa não pde brincar de pique. E a Tônia seria a princesa porque é para escolher a menina mais legal.
Jujuba respondeu com uma certeza que confundiu ainda mais a diretora. De que raios aquela menina estava falando, afinal? E por que todas as outras crianças concordavam com ela?
- Desculpa, Jujuba. Eu estou tentando entender o que você diz, mas não consigo. Não faz o menor sentido. Vamos por partes. Me explica, por favor, o porquê de princesa não poder brincar de pique.
- Ah, isso. Todo mundo sabe. Princesa tem que ficar quietinha, acenando para todo mundo e sendo bem educada o tempo todo. Não pode se sujar, não pode pular, não pode correr. E nós gostamos de fazer isso tudo. Então não queremos ser princesas!
A diretora finalmente começou a entender do que as crianças tinham medo. Não se conteve, soltou uma gargalhada. A professora Nancy, que estava ao seu lado, também não conseguiu conter o riso.
- Jujuba, quem disse que princesa não pode fazer isso?
- Eu vi. Na televisão. No casamento da princesa com um príncipe em um país lá longe...
- Jujuba, você assistiu a um casamento. Você não viu a infância da princesa. É claro que a princesa pode brincar do que quiser!
A expressão de Jujuba mudou na hora. Ela simplesmente exclamou:
- Então a Tônia pode ser princesa!
- Pode. Pode a Tônia, a Gabi, a Luiza... e você! Por que você só fala da Tônia? Eu ouvi dizer que muita gente também gostaria que você fosse coroada a princesa da escola.
A menina, sempre tão risonha, agora mostrava uma expressão séria. Respondeu a diretora com firmeza
- Eu não posso sem princesa porque tenho o cabelo de mola!
A diretora quase caiu para trás! Quem teria dito tamanho absurdo a uma menina tão doce, tão amiga, tão linda quanto aquela?
- Jujuba – a voz da diretora saiu tremulando – quem te disse uma insanidade destas?
- A Tônia! - Jujuba apontou para a amiga, que levantou-se e explicou:
- É diretora, as princesas tem o cabelo liso, como a Rapunzel, a Branca de Neve, a Cinderela, a Bela Adormecia, a...
- Pára! - a diretora interrompeu Tônia – sente-se, Tônia, por favor.
Tônia obedeceu na hora. A Diretora Míriam estava tão séria que nem tentou argumentar nada.
- Eu quero que vocês, todos vocês, prestem atenção ao que eu vou dizer – continuou a diretora. Especialmente vocês duas, Jujuba e Tônia. O que vocês veem nos contos de fada, estas princesas que você mencionou, são apenas algumas princesas que existem. São princesas de contos de fadas. Mas, na vida real, já existiram, e ainda existem, milhares de princesas de cabelo de mola. Cabelos iguais aos seus, Jujuba.
Todo mundo olhou para a Jujuba nesta hora. Ela estava fixa olhando para a diretora Míriam, como se estivesse ouvindo a maior invenção do mundo pela primeira vez.
- E, o que todas estas princesas tem em comum? Não é uma tiara enfeitada, não é um manto bonito. Não é o tipo de cabelo, não é a cor da pele. O que elas tem em comum, o que toda princesa tem que ter, são os atos de princesa – a diretora Míriam falava com tanta certeza que ninguém discordava. Nem o Léo, que adora criar uma confusão . Vocês sabem o que são estes atos que tornam uma princesa, de fato, uma pessoa nobre?
- Não, diretora – responderam todas as crianças juntas.
- O que faz alguém ser nobre é ser justo, leal, amigo, generoso, caridoso. Isto tem alguma coisa a ver com cabelo, por acaso?
- Não, diretora – as crianças ouviam fascinadas o que a diretora dizia.
- Pois então. Guardem esta lição pelo resto da vida. Não se conhece uma pessoa pela cor, pelo tipo de cabelo, ou alguma coisa assim. E não é assim que devemos escolher nossos amigos. Ou alguém aqui escolheu o amigo por causa do cabelo dele?
- Não, diretora – as crianças riram.
- Isto mesmo. Porque isso não interessa. Importante é saber o que a pessoa leva na cabeça. E o que a pessoa leva no coração. Não se esqueçam nuna disto!
- Sim, diretora! - as crianças gostaram disto e responderam felizes.
- Agora, que vocês já sabem disto, também sabem que qualquer uma pode ser princesa, com cabelo liso ou de mola. E eu quero que vocês escolham alguém para ser a princesa da escola. Alguém de quem vocês gostem muito. Alguém que tenha a cabeça cheia de boas ideias e o coração cheio de amor. Combinado?
- Combinado! - responderam todas as crianças, que foram dispensadas depois disto.



No dia do Baile Real, não houve nenhuma surpresa na hora de abrirem as urnas. Jujuba, que era a menina que tinha um coração transbordando de amor e a cabeça borbulhando de boas ideias, vou a que recebeu mais votos. Foi coroada a Princesa da Primavera. E, como ela era cheia de boas ideias, decidiu que, dali em diante, todas as meninas da escola seriam princesas. E isto acabou acontecendo também na rua da Jujuba, no seu bairro, na sua cidade... E daí não teve jeito. Fizeram uma lei declarando 'a partir deste momento, todas as meninas são princesas!'
E vocês, que estão aí e já são princesas, lembrem-se sempre disto. Não importa o título de nobreza. Para ser princesa, tudo o que precisa é boas ideias na cabeça e amor no coração. E isto eu sei que vocês tem de montão!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cartão de Natal de Bonequinho!

Olá!
Hoje estava pensando no que eu iria postar aqui no blog e lembrei de um trabalho que fiz no final do ano passado a pedido de um fotógrafo sensacional, muito talentoso! Também não poderia ser diferente, esse fotógrafo além de incrível e talentoso, também é meu marido.
Meu marido, todo final de ano, envia uma mensagem de Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos os clientes e amigos. E é claro que sempre usa uma bela foto que ele tenha feito durante aquele ano. Mas para 2010, ele estava querendo uma coisa diferente, algo que ele nunca tivesse feito. E o que poderia ser mais diferente para ilustrar uma mensagem de final de ano de um profissional de fotografia do que não enviar uma foto, e sim um desenho. Melhor ainda, enviar o próprio fotógrafo desenhado.
Pois foi isso mesmo, ele percebeu que uma solução bacana para a idéia dele estava dentro de casa mesmo...meus bonequinhos de palito.
E lá fui eu desenhar o marido. E olha que família e amigos costumam dar mais trabalho, porque sempre querem mudar alguma coisa! "Muda um pouco o meu penteado, coloca um brilho no meu cabelo pra mostrar que eu estou grisalho, mas eu não tenho essa blusa..." Ai, dá um certo trabalhinho! Mas no final acaba dando tudo certo. Até porque mesmo sendo marido, a gente sempre quer a satisfação do cliente, não é verdade?E fiz o bonequinho de palito do fotógrafo Alexander Landau...e desenhei até sua máquina fotográfica! Fotógrafo sem câmera não dá, né?Olha só como ficou o cartão.




Fiquei super feliz com o resultado, porque esse cliente é super exigente e ele gostou bastante! E eu também.Olha ele aqui com sua filhinha que é a coisa mais linda (claro, é minha filha também, né?). Coruja? Imagina!



Beijos!


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mais logomarcas de bonequinho!

Olá,
Parece que o Blogger teve alguns problemas e sumiu com alguns post publicados ontem, dia 12 de maio. Muitas pessoas reclamando...e aconteceu comigo também! Problemas da vida moderna!
Então como meu último post sumiu, desapareceu, ninguém sabe onde foi parar...volto para publicá-lo novamente! Ou melhor, escrever tudo de novo...
Ai, se todos os problemas fossem assim, né?

Bom, ontem publiquei umas idéias para a logomarca que a Andréa me solicitou. Andréa é uma professora super atuante e cheia de energia. Além de dar aulas em uma escola pela manhã, à tarde ela ainda encontra tempo para se dedicar a alguns trabalhos voluntários na comunidade do Vidigal, aqui no Rio de Janeiro.
Sua mais nova missão é a abertura de uma ONG voltada para as crianças da comunidade. Lá as crianças vão aprender brincando a reaproveitar o lixo que produzem...quer dizer, nada mais vai se perder! A ONG vai ensinar as crianças a importância da reciclagem e como aproveitar o lixo, transformando aquilo que ia ser jogado fora em outra coisa. Legal, né?
Ela me disse que o nome escolhido para a ONG foi Brincar Brincadeira Sustentável...e lá fui eu criar uma arte para esse projeto tão importante.

De cara achei que meus bonequinhos tinham tudo a ver com o projeto...uma ONG voltada para crianças, falando de reciclagem e ainda por cima com a palavra brincadeira...tem ou não tem a ver com os bonequinhos?

E o resultado foi esse.



Hoje mesmo mostrei o resultado para Andréa e acho que ela ficou bem feliz! Agora só falta escolher qual logo preferida!
Depois eu conto qual logo ela escolheu...vamos aguardando!
Beijos!


terça-feira, 10 de maio de 2011

Criação de logomarca

Olá!
Mais uma vez estou aqui para falar de um outro trabalho bem bacana. E dessa vez não é convite nem caneca, agora vamos falar de logomarca.
Pois é, bonequinho de palito também pode virar uma logo, por que não? Claro que a gente não vai criar uma logo de bonequinho para uma empresa multinacional super séria de gás natural ou de energia elétrica...aí já é demais, né? Mas é possível criar logos desse tipo para muitos lugares...como lojas de criança, brechó, restaurantes, parquinhos, creches...e foi exatamente para uma creche que eu redesenhei a logo na linguagem do palitinho.
A logo da creche Ueriri já tem um símbolo que remete a essa coisa do desenho simples, do bonequinho de poucos traços. Então, para criar uma logo nova sem perder a unidade com a logo que já existia, não foi uma tarefa tão difícil. Bastava apenas redesenhá-la.


Para ilustrar, segue a logo que já existe há muitos anos.




Essa era a logomarca que eu precisava redesenhar.
Os bonequinhos são indiozinhos, já que o nome lembra o Tupi Guarani logo que você escuta. Então é óbvio que eu não podia fugir desse conceito de índios de jeito nenhum. Isso era super importante.
Então surgiram três idéias diferentes para a logo, mas sempre com os indiozinhos no palito.

A primeira logo é parecida com a que já existe, pois é importante ter uma logo que não descaracterize a creche. As pessoas olham para a logo nova e imediatamente lembram da antiga, porém existe uma diferença nas fontes e no símbolo, que são exatamente os indiozinhos.

Já na segunda idéia, continuo usando o azul, que é a cor tradicional, mas coloco os indiozinhos de corpo inteiro. O que já é uma mudança mais significativa.

E na terceira idéia a logo muda completamente. A cor usada não é mais o azul e sim o laranja. A fonte também é completamente diferente e mato a forma retangular, que é usada no primeiro e no segundo redesenho e aplico a forma oval. Mudança total! Mas sem perder a idéia principal, que é o símbolo do índio.

E aí? Não fica legal uma logo de bonequinho de palito? Acho que funciona muito!

Beijos!